Renata Romani; Renata Figueiredo Roxo; Christiane Conceição Figueiras Vieira
Resumo
As melanoses solares são lesões pigmentadas comuns. Acometem áreas de maior fotoexposição como região dorsal das mãos e antebraços, face e região superior de tórax e dorso. Trata-se de lesões benignas, porém é uma queixa muito frequente em consultório, pois causam aspecto envelhecido na pele.
Este trabalho tem por objetivo a demonstração do tratamento efetivo de melanoses solares nas mãos em 3 pacientes com apenas 1 sessão do Q-Swicth Laser Nd:YAG ponteira 532nm, fluência de 300J, equipamento modelo Supreme QS, fabricação Vezza.
Palavras-chave
Melanose solar, laser, relato de caso
Introdução
Melanoses solares são manchas bem circunscritas, arredondadas ou irregulares que variam em tonalidade entre marrom claro e escuro. Tendem a surgir como lesões múltiplas. São causadas pela incidência dos raios solares ao longo da vida.
Acometem cerca de 90% da população caucasiana com mais de 60 anos e sua incidência aumenta com o avançar da idade. Podem acometer pacientes mais jovens após exposição solar aguda ou crônica.
Vários fatores influenciam na intensidade dessas manchas e dependem principalmente do tipo de pele de cada pessoa. Peles mais claras, por exemplo, têm maior tendência do que as peles mais escuras, pois são menos resistentes ao sol. O quadro cutâneo está associado a fatores ambientais e a estilo de vida de cada pessoa. Medidas preventivas incluem o uso de protetores solares, barreiras físicas e limitação de exposição solar.
Alguns tratamentos podem ser realizados para minimizar essas manchas hipercrômicas, dentre os quais Q-Swicth Laser Nd:YAG no qual apresenta resultado satisfatório para
pacientes que buscam uma gradativa melhora na aparência da região tratada, além de resgatar sua autoestima.
Relato de Caso 1
Paciente do sexo feminino, 86 anos, queixou-se de manchas marrons no dorso das mãos. Durante o período de cicatrização, a paciente usou pomada reparadora contendo pantenol 5%, madecassoside, zinco + cobre + manganês, manteiga de karité + glicerina e água termal. A paciente retornou 7 dias após a sessão do laser com crostas no local que cicatrizaram sem intercorrências em torno de 30 dias. O resultado foi muito satisfatório e mantido após 3 anos, não sendo necessário realizar outra sessão.
Fotos: mão esquerda e direita (antes, após 7 dias, após 30 dias e após 3 anos).


Relato de caso 2
Caso 2: Paciente do sexo feminino, 73 anos com manchas marrons no dorso das mãos. Foi realizado o tratamento com uma sessão Durante o período de cicatrização, a paciente usou pomada reparadora contendo pantenol 5%, madecassoside, zinco + cobre + manganês, manteiga de karité + glicerina e água termal. A paciente retornou 7 dias após a sessão do laser com crostas no local que cicatrizaram sem intercorrências em torno de 30 dias. O resultado foi muito satisfatório, não sendo necessário realizar de outra sessão.
Fotos: mão esquerda e direita (antes, após 7 dias e após 30 dias)


Relato de Caso 3
Paciente do sexo feminino, 60 anos com manchas marrons no dorso das mãos. Durante o período de cicatrização, a paciente usou pomada reparadora contendo pantenol 5%, madecassoside, zinco + cobre + manganês, manteiga de karité + glicerina e água termal. A paciente retornou 7 dias após a sessão do laser com crostas no local que cicatrizaram sem intercorrências em torno de 30 dias. O resultado foi muito satisfatório, não sendo necessário realizar de outra sessão.
Fotos: mão esquerda e direita (antes e após 6 meses).

Discussão
Melanoses solares resultam de hiperplasia epidérmica com proliferação de melanócitos e acúmulo de melanina variável nos queratinócitos em resposta a uma exposição crônica à radiação UV.
O laser QS Nd:YAG age através da fotodermólise seletiva destruindo melanina com mínimo dano ao tecido subjacente. Ocorre entrega de energia suficiente para o alvo, porém com duração de pulso menor que o tempo de relaxamento térmico do tecido-alvo, ou seja, tempo que o cromóforo aquecido leva para dissipar metade do calor absorvido ao tecido subjacente. Dessa forma é possível atingir o alvo, preservando-se as estruturas ao redor do mesmo. A ponteira de 532nm utilizada tem o comprimento de onda mais curto o que a torna ideal para o tratamento de lesões superficiais como as de melanoses.
O tratamento é seguro pois o QS laser pode remover as lesões pigmentadas superficiais sem causar danos ao tecido próximo, resultando em menos complicações após o procedimento.
Nos 3 casos descritos o procedimento foi bem tolerado, sem necessidade de anestésico ou analgesia e não apresentaram intercorrências. Após o procedimento ocorre eritema que pode evoluir com crostas. O tempo de cicatrização total pode ser de até 30 dias. Todas as pacientes foram orientadas a evitar exposição solar a fim de manter o resultado do procedimento. Em todos os casos as lesões apresentaram clareamento efetivo que se mantiveram de forma prolongada sem necessidade de realizar uma nova sessão.
Referências
1. Lívia A.T. Carlos R. Quality-switched laser (Q- switched): review of their variations and main clinical applicabilities. Surgical & Cosmetic Derm.2019. 2. Jean Paul O. Amit G. Harvey L. Doris H. Treatment of solar lentigines. Journal of the Academy of Derm. 2006. 3. Ji S.K. Jee Y.K. Chan H.N. Ji W.G. Objective Evaluation of the Effect of Q-Switched Nd:YAG (532 nm) Laser on Solar Lentigo by Using a Colorimeter. Annals of Dermatology 27(3):326-8. 2015 4. Bolognia JL, Jorizzo JL, Schaffer JV. Dermatology. 3rd ed. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2012.